Dr. Max Anderson Prezotti
Além de ser um problema de saúde, causando inchaços e muitas dores, as varizes afetam também a auto-estima, o que as torna também um problema de estética, especialmente das mulheres. Conversamos com Dr Max Prezotti, Especialista em Cirurgia Vascular, para esclarecer algumas dúvidas sobre causas e tratamentos deste problema que atinge um grande número de mulheres e até mesmo, em menor proporção, os homens.
O que são varizes dos membros inferiores?
São veias dilatadas, tortuosas, alongadas e que perderam a sua função de retornar com eficiência o sangue dos membros para o coração. Em geral temos as teleangiectasias, também chamado microvarises ou vasinhos e as varizes maiores que podem ser de pequeno, médio e grosso calibre.
Quais são as causas mais comuns das varizes?
O principal motivo é o genético. A hereditariedade, se a mãe ou o pai forem afetados por varizes é mais provável que seus filhos também sejam afetados. Isto é responsável por 70 a 80% do risco de se ter varizes, este é um risco que não temos como evitar. Outros fatores que colaboram com o surgimento das varizes são a idade, quanto mais o tempo passa mais se acumulam varizes nas pernas. Outros fatores de menor importância são o uso de salto alto maior que 4cm, constipação intestinal, depilação com cera quente, uso de roupas justas, banho de sauna um pouco mais prolongado, atividade física como musculação ou tênis. Subir escadas não é responsável por causar varizes.
Homens também sofrem com problemas de varizes?
Sim. Porem a doença é 2 a 3 vezes mais comum nas mulheres, devido fatores hormonais, obesidade, número de gestações, permanência por longos períodos sentado ou em pé parado, uso de hormônios femininos como os anticoncepcionais orais.
Varizes dói?
É comum pacientes portadoras de varizes se queixarem de dor, cansaço, sensação de peso, ardor, coceira, cãibras e inchaço dos membros inferiores. No entanto existem pacientes em que estas queixas não estão relacionadas com as varizes, sendo os sintomas causados por alteração muscular, nervosa ou outras. Complicações mais importantes da varizes são a rotura com o sangramento chamada de varicorragia e a trombose da variz chamada de tromboflebite.
Como são tratadas as varizes tipo microvarizes ou teleangiectasias?
Em geral são tratadas com aplicações, (escleroterapia química). O procedimento é realizado no consultório, com duração de 20 a 25 minutos, onde introduzimos, com uma fina agulha, um produto esclerosante com a finalidade de secá-las (esclerosá-las). As aplicações são feitas por seções, que variam de acordo com a quantidade de microvarizes que a paciente possui, em geral são agendadas uma a duas sessões por mês.
Depois de feito as aplicações as microvarizes podem voltar?
Comumente com as aplicações as veias são secas e elas não retornam. O que ocorre é que o método de aplicação, como qualquer outro método destinado ao tratamento das microvarizes não consegue eliminar todos os vasos, geralmente conseguimos eliminar 70 a 80% das microvarizes. As microvarizes que não desapareceram, com a passar do tempo se desenvolvem e juntamente com outras novas que vão surgindo voltam a incomodar a paciente. É por isso que no prazo de 1 a 2 anos do término do tratamento, é aconselhável que seja feito uma manutenção com outras aplicações, porém com menor número de sessões.
Como são tratadas as varizes maiores?
Temos dois tipos te tratamento o clínico e o cirúrgico. O tratamento clinico é feito com o uso de meias elásticas, medicamentos próprios para as varizes, medidas posturais e outras que tentam evitar os fatores que desencadeiam as varizes.
O tratamento cirúrgico é o mais efetivo e o de primeira escolha. É realizado a nível hospitalar e no centro cirúrgico. É feito tanto em homens com em mulheres, nele sempre procuramos conciliar o resultado estético, para minimizar as cicatrizes e o resultado funcional. Na cirurgia as varizes são retiradas e aquelas que saíram, evidente, não retornam mais, porém conforme a tendência da paciente em ter varizes, mesmo as varizes mais calibrosas, com o passar dos anos, podem surgir novamente e ser necessário outra cirurgia.
E a recuperação?
A recuperação é rápida e em geral, no máximo, após 15 dias pode-se retornar ao trabalho.
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